
Há bastante tempo alimento grande simpatia pela obra de Akira Kurosawa, sempre o vi como uma exceção na mediocridade do cinema oriental. Abro ainda poucas exceções, e a elas posso me referir sem medo de extrapolar nomes: Hiroshi Teshigahara (Mulher de areia), Nagisa Oshima (Império dos sentidos), Shohei Imamura (A enguia). Filmes coreanos como “Yesterday” e “A irmandade da guerra” são filmes completamente banais. Na China, o contraste entre as superproduções e o cinema independente, nas primeiras prevalece o estilo hollywoodiano, e nos segundos, histórias boas, arte péssima.
No meio do plagiado cinema chinês e do decadente cinema japonês, eis que surge Chan-wook Park, coreano que ultrapassa em muito a qualidade dos seus conterrâneos. Em sua trilogia da vingança ficam claras as características únicas do cinema feito por esse cineasta: Violência subentendida, jogos psicológicos, tradição moral e rompimento, contraste de cores e ambientes, flash-backs, dramaticidade e mistério, atores dramáticos com talento suficiente para não exagerarem e roteiros que contam histórias de vingança e horror humano; são algumas das características particulares dos filmes de Chan-wook Park.

A trilogia da vingança, sua obra mais importante, nos apresenta três filmes feitos para a catarse do expectador. Em Oldboy, a reviravolta de sentimento é desconcertante, o bom se torna mal, e o mal se torna bem, e no final, o esgotamento de apego emocional por personagens desaparece no niilismo. Em Mr. Vingança há uma loucura que envolve tráfico de órgãos, fanatismo ideológico, e poder. Em Lady Vingança, a consolidação da temática em nossa mente torna mais fácil a adequação da expectativa com a temática do filme, mas mesmo assim, nos surpreende pela relação de amor e ódio. Três filmes maravilhosos que encerram uma trilogia inesquecível.
Traillers:
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