Nesse mundo onde a criatividade plagiada é abundante e a criatividade original está em extinção, acaba nos restando a pouca exigência diante da cultura moderna. A comédia dos hábitos humanos, que me fazem lembrar Honoré de Balzac e Nelson Rodrigues, é a grande válvula de escape para todo o tédio e mesmice criativa. Entretanto, até esse tipo de ironia mundana tem desaparecido no mar da cultura de massas. Vejam o exemplo de BORAT. O que esse ator judeu-britânico de nome Sacha Baron Cohen tem feito é uma banalidade; uma receita já conhecida de crítica de hábitos ocidentais. Mas o que me entedia nos personagens dele é a ingenuidade forçada, é aquela crítica tendenciosa; são os trejeitos copiados dos grandes humoristas; são os objetos de crítica fácil; as miscelâneas de estilos modernos para se falsear algo novo. Não digo que o filme não é hilário; ele é, sem duvido alguma; mas é tão falso e sem originalidade quanto um tênis do Paraguai de nome: “Naike”. Mas se vocês querem dois contra-pontos da comédia moderna, vejam Borat, e depois assistam “Pequena miss Sunshine”. Esse último é original e absorve as críticas no conteúdo do enredo, enquanto o primeiro pinta uma imagem plagiada e industrial fingindo ser original e crítico-alternativo. Mentem para os de bom gosto com a universalização forçada do gosto popular.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
domingo, 24 de fevereiro de 2008
O CHEIRO DO RALO

Vamos falar agora sobre fedor, sobre carniça, coisa fétida e putrefada. Há alguns meses o banheiro de um quarto aqui de casa estava com o sistema de descarga falhando. Passei meses deixando para lá, não precisava dele se tinha o outro funcionando bem. E assim fui levando...Mas quando a coisa fedeu de verdade, começou a me incomodar, depois a perturbar, depois a me deixar quase louco. Não queria gastar dinheiro com um vaso que só usava raramente. Coloquei uma caixa cheia de livros e bujingangas em cima, e o fedor rarificou. Menos mal, porque a descarga continua estragada e o fedor pelo menos está abafado.Esse é um fato verídico, mas o do filme “O CHEIRO DO RALO” não. Esse filme conta a história de um sujeito que é dono de um topa-tudo. Ele passa o dia todo mantendo contato com todo tipo de pessoas desesperadas. (drogados, trambiqueiros, ladrões, endividados, etc). Ele vive sozinho, em uma existência fechada em si mesmo, sem vida emocional consistente ou laços familiares.No decorrer do filme, um ralo do banheiro do escritório dele entope. Ele, assim como eu, não importa a priori, mas logo começa a buscar soluções para abafar o fedor. Aos poucos o ralo e o fedor advindo dele, passam a preencher a mente do personagem. Ele começa a ficar paranóico. Ele também começa a se interessar por outras coisas, em particular, a bunda!Ele, tão acostumado a ter as pessoas sob um controle financeiro, passa a ter que conviver com perturbações psicológicas, sociológicas, e de conduta. Torna-se mitomaníaco, pródigo e tarado. Tendo realizado sua vontade, e potencializado através do ralo, seu desejo sexual, ele se põe em perdição.É um filme brasileiro, que lembra as porno-chanchadas da década de 70, sem ser, de fato, um filme dessa baixeza. Seu enredo é psicológico sem ser analista. Tem sua origem no livro homônimo de Lourenço Mutarelli.As analogias entre o instrumento anal e o ralo são inevitáveis, assim como o fedor do ralo e o pudor moral. É um verdadeiro tratado psicológico para a plebe se divertir sem entender.Aproveitem!
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